Cidades de Minas: Diamantina
- Lilian
- 30 de jul. de 2019
- 5 min de leitura
Atualizado: 18 de fev. de 2020
História e natureza em meio a serra do Espinhaço!

Diamantina é um município mineiro localizado a cerca de 280 km de Belo Horizonte. A cidade foi fundada como Arraial do Tejuco em 1713 e teve um forte crescimento a partir da descoberta de diamantes nos leitos de rios da região. Durante o século XVIII, a cidade representou a maior lavra de diamantes do mundo ocidental e ficou famosa por ter abrigado Chica da Silva, uma escrava alforriada que se casou com João Fernandes de Oliveira, à época, um dos homens mais ricos do Brasil.
As belezas de uma viagem à cidade dos diamantes já começam na estrada que liga Curvelo ao município. Incrustada na Serra do Espinhaço, o caminho reserva lindas paisagens como o Morro do Camelinho, que localiza-se na estrada de Gouveia, município limítrofe a Diamantina. É fácil reconhecer o local já que à esquerda da estrada está instalado um parque eólico da CEMIG instalado em 1994 e que, hoje, está fora de operação. Você estará subindo um trecho da serra quando avistará as hélices. Após a subida, haverá uma curva para a direta e você logo vai se deparar com a paisagem maravilhosa do morro. Uma parada para apreciar a paisagem é obrigatória neste ponto! Meus amigos tiraram belíssimas fotos lá.
O centro histórico de Diamantina possui ruas de pedras desniveladas. Portanto, a dica é calçar um tênis confortável e bater perna pelo centro para conhecer todas as construções belíssimas da cidade. Para todo lado há becos, e não receie em se aventurar por eles. Cada esquina revela um quadro diferente que nos remete instantaneamente aos tempos pretéritos em que Chica da Silva caminhava por aqueles trechos.
As múltiplas igrejas são uma atração turística da cidade. Nas ruas há placas indicando a direção para cada igreja. Os horários em que elas ficam abertas é incerto e o turista tem que contar com a sorte para visitar o interior das construções. A igreja do Carmo tem uma história peculiar, uma vez que foi construída a pedido da Chica da Silva. A torre da igreja fica nos fundos do edifício, uma forma de burlar as leis da época que impediam os escravos, mesmo alforriados, de ultrapassar o campanário da igreja para assistir às celebrações. Assim, com a torre ao fundo, os negros podiam adentrar o templo.

Na igreja de São Francisco de Assis há um recital todos os domingos pela manhã, a partir das 10 h que é belíssimo, com apresentação musical e teatral e participação do público. Completamente gratuito! Você ainda pode curtir o visual da igreja, que é uma gracinha!
Igreja de São Francisco e recital
Como toda cidade histórica, Diamantina também tem seus museus. Um dos mais visitados é o Museu do Diamante. O local conta um pouco da história da exploração desta pedra preciosa na região e traz objetos e móveis da época áurea dos casarões. A entrada é gratuita e o museu funciona de terça à sábado de 10h às 17h, e domingo de 09h às 13h, estando localizado bem no centro da cidade, ao lado da matriz.
A casa de Chica da Silva também fica aberta a visitação, sendo um dos casarões mais bem preservados da cidade. Com várias sacadas, é possível avistar a igreja do Carmo, construída para Chica, de todas as janelas frontais. Infelizmente, a maior parte da mobília original da casa não existe mais. Uma das preciosidades da casa é o jardim-pomar construído em degraus com pedras sobrepostas, um original jardim suspenso. Na casa há uma exposição permanente do artista plástico Marcial Ávila.
Outro expoente filho dos diamantes foi o ex-presidente Juscelino Kubitschek. Nascido em Diamantina em 1902, a casa em que morou dos 3 aos 19 anos de idade é hoje um local de visitação. A casa está localizada na Rua São Francisco, na ladeira da Igreja São Francisco de Assis e fica aberta de terça a sábado de 8h às 17h e aos domingos de 8h às 13h.
Cartão postal da cidade, você não pode deixar de visitar a Casa da Glória. Sou suspeita para falar desse lugar porque tenho um carinho enorme pela casa. Durante meus anos de graduação, mestrado e doutorado, inúmeras vezes me hospedei na casa que, além de um museu e centro de pesquisa geológica é também um alojamento para os alunos e funcionários do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais em trabalho de campo na região. A casa foi construída entre 1775 e 1800 para a moradia de Dona Josefa Maria da Glória. No início do século XIX a casa passou aos domínios do Estado, servindo de residência para intendentes e funcionários do governo em pesquisa na região. Em 1864 a Igreja tornou-se proprietária fundando a sede do Segundo Bispado de Minas Gerais. Nesta época não havia o famoso passadiço que liga os dois edifícios em lados opostos da rua. A casa consistia apenas da construção maior que hoje está ao lado da prefeitura de Diamantina. Em 1987, tornou-se um orfanato e, posteriormente, o Educandário Feminino de Nossa Senhora das Dores quando foi construído o passadiço para ligar as duas casas evitando que as meninas internas atravessassem pela rua e fossem vistas pelos rapazes. Em 1979, o conjunto foi adquirido pelo Ministério da Educação e Cultura para sediar o Centro de Geologia Eschwege – CGE e desde então é utilizado para ministrar cursos na área de geologia de campo e mapeamento geológico para alunos das escolas de geologia do Brasil. A visitação é gratuita, todos os dias de 8 às 17h e compreende um museu que conta a história do educandário e das pesquisas geológicas da região. A melhor parte é que o turista pode atravessar o passadiço e ter uma belíssima vista da cidade à moda antiga.
Esta cidade maravilhosa ainda tem uma atração imperdível que é o festival da Vesperata. Este evento ocorre uma ou duas vezes por mês e você pode conferir o calendário das apresentações clicando aqui! Durante o evento, as bandas locais ficam nas sacadas dos sobrados na Baiuca enquanto o público fica sentado em mesas servidas pelos restaurantes do entorno bem no centro da praça. O maestro fica em meio ao povo e as bandas tocam um repertório nostálgico e muito mineiro em um evento cheio de luz, música e emoção. Até Chica da Silva e o comendador aparecem em meio ao público para fotografarem. É lindo demais, mágico!

Diamantina ainda conta com atrativos para quem gosta de contato com a natureza. Já ouviu falar do Parque Estadual do Biribiri? Fica a apenas 10 minutos do centro da cidade e é um refúgio do cerrado em meio aos paredões do de quartzito do Espinhaço. Tem cachoeira, vila com opções de almoço e até pinturas rupestres! Confira tudo sobre o parque aqui!

Confira também o vídeo abaixo que mostra um pouco mais dessa cidade incrível!
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