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Entre as serras e o rio Cipó: um dia de Indiana Jones

  • Foto do escritor: Lilian
    Lilian
  • 12 de mar. de 2018
  • 3 min de leitura

Atualizado: 16 de mai. de 2018

Pense em um dia de trilha com muita chuva, alagamentos, barro e pântanos para atravessar. Um aventura e tanto! Bora?


O Parque Nacional da Serra do Cipó está localizado a aproximadamente 100 Km da capital mineira. Na última semana de fevereiro eu e alguns amigos decidimos fazer uma trilha no parque rumo à cachoeira da Farofa. A trilha possui 8 Km da portaria principal até a queda d'água e no caminho atravessamos dois riachos. O trajeto é bastante plano e digamos que pelo menos metade dele é arborizado, o que facilita imensamente a caminhada.

No entanto, na semana anterior ao passeio, que ocorreu em um domingo, um dilúvio constante e diário se abateu sobre o entorno de BH, chovia todos os dias a tarde. Mas como a esperança é a última que morre, e graças a uma estiagem no sábado que durou até as 16 horas, fomos na fé de que obteríamos sucesso e de que só choveria durante a tarde, o que garantiria a ida à cachoeira se fôssemos bem cedinho.

Então saímos às 6:30h de Nova Lima, achando que gastaríamos uma hora e meia até o parque. Chegamos às 10 horas lá! Como demoramos quase quatro horas para chegar lá? Não me pergunte (mas eu respondo: paradas na padaria e posto de gasolina)!

Ao chegarmos no parque não choveu, o que não deixou de ser um problema. As trilhas estavam muito alagadas, nos obrigando a andar no mato. Ainda assim, estávamos felizes pelas lindas paisagens com as quais o parque nos presenteia, e com a perspectiva de dar um tibum na cachoeira da Farofa ao final da trilha.

E esses somos nós felizes da vida no início da trilha!

A trilha é bastante plana! Andamos por um vale amplo, entre morros com afloramentos belíssimos de quartizito, trilha periodicamente sombreada por árvores do entorno e atravessamos um riacho muito refrescante.

Ia dando tudo certo, mavilhoso até chegarmos aqui...


Esse aí na foto é o Sóstenes questionando: "Como é que passa aqui?". Ali no fundo dá pra visualizar o objetivo final da trilha, a cachoeira da Farofa.

Este rio que vocês estão vendo nas fotos acima e abaixo, era a trilha! E não pense que essa água era limpa, água preta de raiz!

Persistimos e atravessamos três pântanos como este, firmes, fortes e escorregando. As travessias foram demoradas porque era necessário muito cuidado para não pisar em falso ou escorregar e cair naquela água preta e fedida de bosta de vaca, mas com a visão da cachoeira ao fundo, nós persistimos!

Porém, a vida, o destino ou seja lá no que você acredita estava determinado a nos testar neste dia e, a cerca de um quilômetro e meio da cachoeira, o Sóstenes parou e fez essa pose:

...que traduzindo em palavras, significa:

Eita porra!

A trilha sumiu! Isso mesmo! SUMIU! Não dava mais para ver pra onde ia a trilha e como chegava à cachoeira. Já acabou Jéssica? Nãooo! Alguém disse: "Será que vai chover?" E eu, euzinha, dada a meteorologista, disse "Não chove em menos de duas horas!". Resultado? Começou a chover em 15 minutos e nós ainda tínhamos que atravessar um rio para voltar pra sede do parque! Chuva forte, cabulosa!


Olha só a cachoeira ali!

Então, vendo a cachoeira ao fundo, demos as costa e caminhamos durante 1:45h debaixo de chuva. Sabe aqueles pântanos que demoramos a atravessar na ida? Passamos de braçada por eles na volta (risos...de aflição). E quando faltavam 15 minutos pra chegar na sede do parque, o sol lindo e maravilhoso apareceu, pra jogar na nossa cara que aquele dia nós não íamos mesmo aproveitar a cachu. Mas bem, como tudo tem um lado bom na vida, nós tivemos um dia incrível de Indiana Jones, atravessando pântanos, escorregando na lama, tomando chuva, atravessando rios e levando tudo no bom humor (mais risos)!

Para finalizar, encontramos um restaurante aberto em Santana do Riacho, que por um precinho camarada nos serviu almoço sem balança, no fogão à lenha e com cachaça grátis! Foi bom? Foi bão uai! Mas temos planos de voltar em condições menos úmidas!

Agora vamos a valores!

Fomos cinco pessoas em um carro que faz cerca de 15km por litro de gasolina. Gastamos R$100 de combustível (R$ 20 por pessoa). Paramos na padaria na ida e essa foi a brincadeira mais cara do rolê. Eu gastei cerca de R$ 15, mas o gasto foi bem variável entre os demais colegas. A entrada no parque é gratuita. O almoço custou R$ 20. Portanto, total do passeio para mim foi de R$ 55. Conclusão: não passe na padaria, leve lanche de casa!

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Sobre mim

Sou a Lilian, uma geógrafa aficionada por viagens, livros e experiências que façam a vida valer a pena.

 

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